No dia 19 de setembro, o SEET - Sindicato dos Profissionais de Enfermagem no Estado do Tocantins, juntamente com militantes da Enfermagem estarão realizando um ato em prol do combate ao suicídio, o ato foi idealizado pela Enfermeira Valéria Queiroz, lotada no Hospital Dona Regina, que buscou o Sindicato e o mesmo abraçou a causa. A concentração será na frente da Assembleia Legislativa do Estado, em Palmas, a partir das 09 horas.
A ideia é alertar todos sobre o suicídio entre os profissionais da enfermagem, que é uma das principais categorias a sofrer com o problema, com o crescimento dos casos de suicídios cometidos por profissionais de enfermagem nos últimos anos, é fundamental promover o debate sobre esse tema tão importante e, muitas vezes, tão negligenciado pela sociedade e pelas instituições de saúde que recebem esses profissionais em seus postos de trabalho.
O fato é que o suicídio nunca é um caso isolado. Geralmente, é um conjunto de situações que leva a pessoa a isso, como o abandono, o medo, a solidão, a culpa, a instabilidade emocional, a desestrutura familiar, etc. Outros fatores que podemos citar para esse desgaste emocional são a insatisfação com o salário, a sobrecarga de horas de trabalho e o peso da responsabilidade em garantir a vida dos pacientes. A profissão lida com pacientes em situação de dor e sofrimento, de morte, e isso abala também o emocional do profissional.
Um dos reflexos dessas exigências é a grande quantidade de absenteísmo na área, que é quando o funcionário tira licença por motivos de doença. O absenteísmo acima do recomendável, segundo ele, aumenta a sobrecarga de quem está no expediente, gerando um ciclo de adoecimento que, em muitos casos, leva à depressão e ao suicídio.
Fique atento a modificações no comportamento e a verbalizações como:
- Desesperança e preocupação com a sua morte – essas manifestações podem ser verbais ou escritas. O profissional fala em demasia sobre morte, sobre suicídio, sobre desânimo e falta de esperança e se sente depressivo, com baixa autoestima.
- Expressões suicidas, como: “vou sumir”, “quero morrer”, “vou deixar vocês em paz”, “assim não vale a pena viver”, “eu tinha que morrer mesmo” e outras semelhantes.
- Isolamento – a pessoa se isola, não interage, não participa de atividades sociais e de lazer, prefere permanecer sozinho em casa, no quarto, inclusive, sem vontade de manter conversas telefônicas, incapacidade para se relacionar até com a família.
- Mudanças acentuadas de humor, irritabilidade, ansiedade, pessimismo, depressão e sentimento de culpa.
- Alcoolismo.
Como ajudar?
Diante de um profissional ou colega com risco de suicídio você pode ajudá-lo da seguinte forma:
- Tente encontrar um momento propício para falar com ele sobre o sofrimento e os sentimentos que ele está vivendo. Escolha um lugar tranquilo, mostre que você está lá para ouvi-lo e disponha-se a ajudar.
- Estabeleça uma relação de confiança, com um diálogo franco, respeitoso e compreensivo, procurando saber como ele está passando, o que tem feito, o que tem sentido e entenda esses sentimentos.
- Escute-o (escuta ativa – ouvir e compreender o que ele diz). Mostre-se interessado, faça perguntas, resuma o que ele falou. Não o deixe ficar falando sozinho. Mantenha-se à disposição caso ele queira conversar mais vezes.
- Não critique ou julgue utilizando expressões como: “credo, isso até é pecado”, não acredito que você está pensando nisso”, “calma, não chore, tudo vai melhorar” ou “você não devia pensar nisso, tem tudo o que quer”.
IMPORTATE: peça para ele ou ela procurar ajuda de profissionais de saúde especializados em saúde mental e mostre-se disponível para acompanhá-lo. Se perceber que ele está em perigo iminente, não o deixe sozinho. Procure serviços de emergência ou localize algum parente ou alguém da confiança dele.
Acreditamos que cabe a todos nós dar mais atenção ao assunto, no sentido de identificar este problema precocemente e ajudar na busca de soluções, lutando pela saúde dos profissionais no ambiente de trabalho e, consequentemente, evitando desfechos desastrosos e letais.